19 de abril de 2011

VATICINUS, lançamento pelo Protexto.


Ao começarem a ler, estejam confortáveis em algum sofá. A narrativa irá te prender do início ao fim. O mistério é grande e merece toda a sua atenção. O clímax de VATICINUS não tem explicação; sua mente vai lhe fazer viajar para outro mundo. Descubra-o. O final é inesperado e, com certeza, bem diferente do que você vai pensar que seja a princípio.



Ficha Técnica

Gênero: Romances

ISBN: 9788578282110

Espec. Gráfica: Brochura com interior em papel offset 90g. Capa a cores em cartão especial 220g. Com selo de responsabilidade ambiental por empregar papel exclusivamente de reflorestamento.

Nº Páginas: 158

Peso: 245 gramas

Largura: 14,0 cm Altura: 21,0 cm

Preço: R$ 34,00


4 de abril de 2011

Quem Sou Eu (Uma Auto-Biografia)

Sempre me perguntam e me pedem para falar sobre mim, vou utilizar o que Mário Quintana escreveu que de certa forma, com as devidas alterações e apropriações nos fazem esses seres estranhos de nome Escritor:

"Nasci em Catanduva, em 07 de novembro de 1962. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 48 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.


Nasci no rigor da primavera, temperatura: 30 graus. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras... Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras..."

1 de abril de 2011

28 de março de 2011

Em breve, novo livro: ANJO IMPERFEITO

Conta a estória de um anjo Mebahel que é punido e está na terra, tendo como missão proteger uma prostituta que trabalha no cais do porto de nome Deise. Para reconquistar o seu direito de retornar ao mundos dos anjos, Mebahel acaba se envolvendo com os personagens que cercam Deise, um cafetão e traficante de drogas, um sequestrador e toda uma corja de mal feitores que vivem no submundo do crime. Nesse ambiente, se envolve na estória do assassinato de um cardeal espanhol que ocorreu no porto, acaba fazendo amizade com o Padre Leo que juntamente com o investigador Paulo mudam o rumo da estória agindo contra as forças do mal se prevalecendo de uma antiquíssima medalha de São Bento, cujo verso traz orações poderosas que podem comprometer todas as ações maléficas de Hekaniah, o anjo do mal, servo de satanás. Uma batalha entre o bem e o mal e a insperada paixão de um anjo por uma mortal. Até que ponto se pode abdicar da vontade divina, até que ponto pode-se amar, fazer o bem e renegar o mal..."


23 de fevereiro de 2011

Serviços de Revisão de Texto

Aos amigos autores:

Minha amiga Carol Vicenzi (trabalhou como revisora em meu livro VATICINUS e agora está trabalhando no último ANJO IMPERFEITO) está a disposição para os amigos autores e editoras para realizar um trabalho de revisão de livros. Os interessados podem entrar em contato com ela através do e-mail: comigonaoda@hotmail.com.

Eu recomendo o seu trabalho de excelente qualidade.

27 de janeiro de 2011

Livro MARCA D'ÁGUA em nova Edição pela EDITORA PROTEXTO.

Está sendo lançado pela Editora Protexto (Curitiba) a Primeira Edição do livro: MARCA D'ÁGUA - Contos de Amor e Morte. O livro está sendo publicado com papel Brochura com interior em papel offset 90g. Capa a cores em cartão especial 220g. Com selo de responsabilidade ambiental por empregar papel exclusivamente de reflorestamento. O livro têm 82 páginas e custa R$ 20,00. Compras podem ser feitas através do site:
http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=339
 
Vale lembrar que o livro CIDADE NUA continua à venda pelo mesmo site.
 
ISBN:9788578281946

29 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!

Aprendemos que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída. Aprendemos que é bobagem fugir das dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar. Aprendemos que perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente. Aprendemos que é necessário um dia de chuva para darmos valor ao Sol, mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima.


Aprendemos que heróis não são aqueles que realizam obras notáveis, mas os que fizeram o que foi necessário e assumiram as consequências dos seus atos. Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso coração está partido, o mundo não vai parar para nós o consertarmos.

Aprendemos que amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de nos fazer felizes. Cabe a nós a tarefa de apostar nos nossos talentos e realizar os nossos sonhos. Aprendemos que o que faz diferença não é o que temos na vida, mas QUEM nós temos. E que boa família são os amigos que escolhemos. Aprendemos que as pessoas mais queridas podem às vezes nos ferir. E talvez não nos amem tanto quanto nós gostaríamos, o que não significa que não amem muito, talvez seja o máximo que conseguem.


Aprendemos que o tempo é precioso e não volta atrás. Por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro. O nosso futuro ainda está por vir. Então, aprendemos que devemos descruzar os braços e vencer o medo de partir em busca dos nossos sonhos. Todo mundo costuma repetir: "Ano Novo, vida nova". Mas até que ponto sabemos realmente medir o peso desta afirmação e a colocamos em prática?


Se no ano que passou você não conseguiu atingir as suas metas, concretizar sonhos, acumulou mágoas e não superou desafios inesperados, agora é a hora de abrir as janelas da mente e do coração para o futuro.É importante captar mensagens externas e não se esquecer de olhar para dentro de si, porque o caminho para uma vida nova passa por nosso universo interior. A mutação de seu momento atual depende de você, do seu trabalho mental, em acreditar e realizar. Ninguém poderá fazer isso por você. A ajuda pode, sim, vir de fora, mas o impulso deve partir de você. Independentemente de sua situação atual.


Em primeiro lugar, questione com honestidade: "Eu realmente quero mudar a minha vida?". Se a sua resposta for afirmativa, então é hora de mexer-se porque o ano novo está aí. Para que isto dê realmente certo, é necessário se permitir mudar. O próximo passo é derrubar aquelas barreiras internas, como o preconceito consigo próprio, o medo, a inveja e o rancor. E, não se esqueça, o mundo ao seu redor apenas reflete o que você é.

Feliz Ano Novo!

23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

Neste Natal eu desejo que a "Paz e a Harmonia" encontre moradia em todos os corações.

Que a Esperança seja um sentimento constante em cada ser que habita este planeta.

Desejo que o Amor e a Amizade prevaleça acima de todas as coisas materiais.

Que as Tristezas ou Mágoas, sejam banidas dos corações, dando lugar apenas ao Carinho.

Que a "Dor do Amor", encontre o remédio em outro Amor.

Que a "Dor Física", seja amenizada e que Deus esteja ao lado de todos, dando muita força, fé e resignação.

Que a Solidão seja Extinta, e no seu lugar se instale a Amizade Verdadeira, e o Companheirismo.

Que as pessoas procurem olhar mais a sua "Volta", e não tanto para "Si" mesma.

Que a Humildade e o Respeito residam na Alma e no Coração de todos.

"Que saibamos Amar e Respeitar o Próximo como a nós mesmos".

Desejo também que meu pedido se realize não só neste Natal, mas em todos os dias de nossas vidas!

Desejo à você,

UM FELIZ NATAL

E UM ANO NOVO CHEIO DE REALIZAÇÕES

14 de outubro de 2010

do livro MARCA D'ÁGUA - Contos de Amor e Morte (2009)

Sinal Fechado

            - Porque faz isso comigo? – indaga Marisa, sentada no banco de passageiro.
            - Porque te amo. – responde Danilo, no volante do carro, parados em um sinal fechado.
            - Sabe que sinto por você algo especial, mas não é amor.
            - Sei disso, mas sou teimoso, te amo muito e não quero te perder.
            - Vamos ter que parar por aqui, não posso mais lhe ver, o Ronaldo está desconfiado. Você não devia ter me enviado flores no meu aniversário.
            - Não posso esconder meus sentimentos por você, não posso ficar fugindo daquele cara se eu te amo.
            - Se ele souber, ele te mata.
            - Mata nada.
            - Danilo, me leve para casa. Você tem que parar com isto.
            - Não posso. Você é o ar que respiro. Você é minha vida...
            - Posso ser sua morte.
            - Não pode fazer isto comigo, você me conhece a mais tempo do de aquele canalha.
            - Não fale isso dele, eu o amo... E vou me casar com ele.
            - Como pode gostar de um cara como ele. Ele é um grosso, nunca lhe tratou bem. Nunca lhe tratou como merece.
            - Não é bem assim, ele é muito carinhoso e muito legal. Minha mãe gosta muito dele...
            - Sua mãe. Pensei que era você que ia casar com ele. Estou falando de você, olhe para você. Você é linda, doce, como pode ficar com ele.
            - Chega Danilo, já falamos o bastante a respeito deste assunto. Chega!
            - Você foge porque tem medo de reconhecer que me ama.
            - Não te amo. Nunca te amei.
            - Vai dizer que nunca sentiu nada naqueles beijos que te dei, você ficou toda arrepiada.
            - Não é nada disso, e que você, sei lá...
            - Ta vendo, você me ama e não sabe. Aquele dia no mercado em que andamos abraçadinhos, você não sentiu nada, eu te imaginava como minha mulher.
            - Ta bom teve alguns momentos meio esquisitos, mas não é amor.
            - Esquisitos??? Você só pode estar debochando de mim.
            - Chega. Isto não vai levar a nada. É melhor parar por aqui, eu não quero mais te ver, me leve para casa.
            - Ok! Você está desistindo tão fácil. Vou te esquecer. Prometo-te isto, vou te esquecer.
            Um silêncio incômodo apenas quebrado pelo barulho dos carros do lado de fora, se instala entre os dois, alguns segundos antes do sinal abrir, um garoto de uns quinze anos se aproxima e bate no vidro do motorista com uma arma, faz sinal para que Danilo abaixe o vidro. Danilo em um ato súbito de desespero e fuga tenta acelerar o carro e cruzar a avenida, por alguns segundos um estampido ecoa dentro do carro, Danilo cai debruçado sobre o volante em um simples e único suspiro. Marisa grita desesperadamente por seu nome, mas já é tarde, apenas um corpo fica debruçado sobre o painel esboçando um leve sorriso, enquanto Marisa chora e pede socorro enquanto diz:
            - Eu te amo muito! Não me deixe aqui. Danilo eu te amo... Por favor, Danilo... Eu te amo...
            Sons de sirenes e buzinas de carro se confundem e cobrem a voz embargada de Marisa, que apoiada por outros motoristas se afasta relutante do carro tendo apenas a visão de seu amor morto dentro dele. Uma confusão de dor e agonia, seus olhos buscam em outras pessoas o olhar de esperança, vê apenas gestos tímidos de aceitação.

28 de setembro de 2010

No Estilo da Vogue (do livro MARCA D'ÁGUA - Contos de Amor e Morte, 2009)

O nome Lavínia, vem do latim e significa a que se purifica, e tenho que concordar, ela continua linda, apesar dos seus quarenta e poucos anos de idade, sua foto está perfeita impressa na página central da Vogue Paris que por acaso achei sobre a mesinha de centro da sala, minha esposa tem dessas coisas, sempre compra esse tipo de revista para ficar olhando as fotos, num desses domingos de chuva fina, sem nada para fazer, aquela preguiça danada de ver TV ou algo assim, notei a revista sob meus pés e comecei a folhear sem muito interesse, quando num desses repentinos que dá, notei uma foto de uma pessoa que conhecia, mas só confirmei que era ela quando li seu nome na manchete da matéria: Lavínia Fernandez, estilista brasileira revoluciona a moda parisiense... Realmente é ela, quanto tempo que não a via, pensei desde os tempos do colégio há uns vinte anos atrás, me lembrei como se fosse ontem quando a conheci na papelaria do seu Alberico, próximo a portaria do colégio que estudavá-mos em São Paulo, na verdade já havia topado com ela várias vezes pelos corredores do colégio, mas nunca havia conversado com ela, sempre estava rodeada de amigas e de muitos pretendentes, Lavínia na verdade era amiga de Talita, que era amiga de João, que era amigo de Otavinho que era meu amigo, e nesta corrente de amizade fomos apresentados num repente só, nossos olhares se tocaram, e sinceramente, hoje posso dizer isso, meu coração quase saiu pela boca quando toquei sua mão fina e delica-da, mas parecia uma mão de um anjo, eu já era seu fã de vista, mas vendo-a ali, bem pertinho, suei frio e como sou muito tímido, fiquei meio que abobalhado sem saber o que dizer, foi bem prático, disse um “Oi” e fui respondido com o “Oi, tudo bem” mais lindo e sensual do mundo. Depois desta apresentação decepcionante, começamos a manter um contato mais constante no colégio, sempre nos víamos nos corredores do colégio, e ela, sempre linda, me cumprimentava com seu sorriso lindo e conquistador.

Quando conheci Lavínia, ela tinha quase quinze anos, acho que faltavam uns dois meses para fazer quinze, ou algo assim, sei que vivia na periferia com a mãe e seus dois irmãos menores, um de nove anos e outro de sete, seu pai saiu um dia para trabalhar e nunca mais voltou, fazia muito tempo que isso ocorrera, a mãe de Lavínia vivia de fazer limpeza e lavar roupas para os outros, tinham na ver-dade uma vida bem difícil, pois o dinheiro era escaço. Tive a oportunidade de algumas vezes ir até sua casa, não que eu fosse um riquinho ou coisa assim, mas a sua casa era na verdade um barraco, bem limpo e arrumado, mas o chão era de terra, e viviam amontoados em dois cubículos de mais ou menos 2 metros quadrados, apesar do espaço ser pequeno, uma coisa eu notava entre eles, eram muito unidos, e a gente sentia que ali eram felizes, sabe, eu sentia uma coisa muito boa ali, era uma coisa que, por exemplo, eu não sentia na minha casa, naquele barraco, naquele cubículo havia amor por todos os lados que penetrava em nossos poros e nos contagiava com isso, talvez fosse pelo fato de eu estar apaixonado por ela, mas Lavínia era linda, olhos negros, pele branca e delicada, mais alta do que eu, esguia, altiva, lábios formosos como dois gomos de tangerina, sempre preenchidos com um batom vermelho que nos dava vontade de beijá-los a todo instante. Todos os meninos no colégio sonhavam com ela, e quase todos, menos eu, tentaram de alguma forma namorar com ela, mas como sempre, com aquele seu jeito simpático e brincalhão, dizia um “não” tão gostoso que ninguém conseguia ficar com raiva dela, acho que se apaixonavam mais ainda. Teve um período que estávamos já no colegial e muitos desconfiavam que ela fosse lésbica, bem sabe como é. Os boatos correm, ela nunca namorou ninguém e vivia cercada de meninas, todo mundo comentava, mas que nada, Lavínia tinha era objetivo, como dizem, tinha foco na carreira, ela queria se formar para dar uma vida melhor para sua mãe e seus irmãos, e eu como a conhecia melhor, sempre me dizia que ia chegar lá, eu balançava a cabeça e concordava, ela era persistente e um pouco teimosa, mas eu amava ela, fazer o quê. Os anos se passaram rápido demais, tão rápido que não percebi que no dia da nossa formatura, ela estava como sempre linda, mas compenetrada e sua mãe emocionada, gritava aos quatro cantos “Aquela é minha menina, aquela é minha menina”, ela se formou em primeiro da turma e teve a honra de fazer o discurso de formandos, sei que é meio chato dizer isso, mas as palavras dela me tocaram profundamente e devo confessar que chorei em alguns momentos, talvez chorasse, pois sabia que não a viria mais, ou talvez estivesse chorando por saber que “ela chegaria lá”.

Lavínia passou entre os primeiros na Universidade de São Paulo para o curso de jornalismo, era seu sonho, seu objetivo, durante os quatro anos do curso tive muito pouco contato com ela, vez ou outra nos falavá-mos por telefone, mas aquela correria toda de São Paulo, eu estudando e tra-balhando, ela também, sobrou muito pouco tempo para nos-sa amizade, e a coisa foi descambando e indo para o brejo como se diz. Certo dia recebi o convite de sua formatura, mas não cheguei a ir, eu estava namorando e não queria ver La-vínia novamente, achei que meus sentimentos voltariam a se manifestar, resolvi me isolar e sinceramente, fiquei bem triste por esta minha atitude, eu deveria ter ido a sua formatura. Recebi notícias dela quando foi transferida para Paris, ela virou correspondente internacional, ela trabalhava numa grande editora como redatora de moda e foi transferida justo para a capital da moda, pensei comigo, seu sonho está a caminho. Lavínia desde seus 12 anos desenhava roupas nos mais diversos modelos e estilos em seus cadernos da escola, não havia um simples espaço em branco vazio sem seus rabiscos e esboços, a professora Nanci de artes sempre a elogiava e ninguém entendeu na época quando optou por jornalismo e não design de moda ou coisa parecida, mas como todos sabiam da situação de sua família, ninguém se importou muito com isso. Bem, acontece que nesta transferência do Brasil para Paris, ela chegou mais próximo do que queria. Seu objetivo não era ser jornalista, mas sim estilista, usou a profissão como um trampolim para conhecer as pessoas certas, tanto deu certo que certo dia, conheceu nada menos que a editora da Vogue América, e através dela conheceu um dos grandes nomes da moda parisiense, tal de Jean Paul alguma coisa, o fato é que nesse primeiro encontro, Lavínia como sempre abusada, mostrou uns desenhos seus para o estilista, o francês gostou tanto, que contratou ela para trabalhar em seu estúdio imediatamente, é claro que existem alguns fatos que não narrei aqui, mas existem coisas que sorte é um fator importante no sucesso de uma pessoa, acho que ser positivo como ela sempre foi, ajuda bastante. Ela permaneceu neste estúdio por uns dez anos, até que com o conhecimento adquirido e com seus contatos no mundo todo lançou no verão sua primeira coleção, que não preciso nem dizer, mas foi sucesso, por isso estava nas páginas da Vogue. Hoje Lavínia é uma mulher de sucesso internacional, continua linda como nunca, apesar de sua idade, mas um fato na matéria me chamou a atenção, aonde diz que continua “solteira” por opção e que não poderia se casar nunca, pois amou tão intensamente quando adolescente, mas optou em esconder seus sentimentos para que não perdesse o foco dos seus objetivos profissionais, resumiu a repórter da Vogue que: “optou por perseguir seu sonho profissional e renegou a segundo plano sua vida pessoal, mas que sabe que seu amor, mesmo no silêncio absoluto foi retribuído através dos olhares e pensamentos vividos numa grande amizade da adolescência e permanece eterno em sua alma...” Quando li aquilo, uma comoção tomou conta de mim, e como um pobre coitado imaginei, vejam só que pretensão, que seria eu seu grande amor, também delirei ao imaginar que ainda teríamos alguma chance num futuro não tão distante, fui acordado lá pelas cinco da tarde por meu filho que me puxava pela cami-sa e dizia “pai você não vem, a mãe está esperando”, notei a revista aberta sobre minha pernas com a foto de Lavínia olhando para o vazio, meu pé estava dormente, acho que cochilei ali enquanto viajava nos sonhos relembrando os tempos de nossa infância e adolescência, pude perceber e imaginar naquela foto da revista, que aquele olhar vazio e triste procurava em algum lugar a felicidade, fechei a revista e a coloquei no mesmo lugar que achei, naquela tarde, tive a sensação de uma dor enorme no coração, algo como te su-focasse subitamente, fiquei sem saber até hoje qual foi o grande amor de Lavínia, mas tenho certeza que ela foi meu grande amor.

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